quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Medo

A luz apagou e o medo me abraçou. Deste cotidiano fétido eu clamo por socorro.
Não pelo seu socorro, pois você é incapaz de socorrer a si mesmo, sempre afogando em suas próprias lágrimas.
Meu medo é do escuro, da água, da incerteza, do brócolis, de ter medo.
Meu medo é do amanhã e não do ontem.
Medo de que percebam minha fraqueza e me esfaqueiem pelas costas.
Medo que me sepultem com vida, juntamente com outra meus sonhos.

Próxima parada: Nárnia.

Comprei uma passagem para Nárnia. Comprei apenas uma porque vou sozinho.
Seu ego não caberia naquele navio. Apenas pois aventureiros podem embarcar. Aventureiros a livros, pois é nos livros que as aventuras acontecem.
Dividirei uma cabine com Peter Pan e Sininho, a fada. Quero conversar com eles sobre amadurecimento. Se não me derem ouvidos chamo o Free Willy e Moby Dick para resolver o assunto.
A programação da viajem já está preparada: vou aprender a lutar com Pedro, para que quando eu te encontrar novamente eu não me machuque. Suzana me ensinará como me defender das tuas palavras cheias de promessas não verdadeiras.
Estou indo para Nárnia e você não foi convidado.
Quero viver o melhor tempo da minha vida e você não se encaixa nele.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A vida

Ela é como um banho de chuva, imprevisível. Não sabemos quando começa ou acaba. Ela é refrescante e podemos decidir dançar ou procurar um abrigo para se esconder.

A vida é cheia de vida e de esperanças e de mais vida.

O choro, assim como os trovões, são partes importantes, que não a deixam mais triste, apenas mais real.
Quero beber desta garrafa até o último gole. A vida é dádiva, por isso, não deve ser interferida. Nunca.

Quero acordar todas as manhãs e viver intensamente, porque a vida, a minha, é um prato intensamente saboroso e eu estou faminto.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Identidade Descomplexa

Hoje acordei bêbado, mas não de álcool.
Estou bêbado da morfina que me fazem usar todos os dias para aguentar o cotidiano.
Vesti as máscaras, as capas, as cascas, as fachadas, toda a roupagem externa, que não diz quem eu sou.
Eu sou este que escreve, apenas.
Não sou o homem difícil, trabalhador, inteligente. Não sou forte ou fraco, bonito ou feio, amante ou assexuado.
Caminho por entre os carros esperando que você me encontre. Pelo meu GPS sigo o seu caminho, para ver se me encontro, mas você é quem me dá a morfina e eu adormeço, em via pública.
Sou levado pelos carros, estraçalhado pelos conceitos fajutos que esta sociedade hipócrita vive diariamente.
Querem que eu seja tudo, menos eu mesmo e cada coisa que fazem ser, acreditam que estou sendo original. Como ser original interpretando? Serei eu ator na minha própria vida?
Diante do meu espelho quebrado, dentro do meu banheiro escuro, quando a água cai, torno-me nu, choro e canto ao mesmo tempo, sobre quem eu não sou e sobre o que eu não entendo ainda.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Outubro Rosa

Mulher bonita, que se ama, que se cuida, que me toca, que se toca.
Mulher que gera a vida, que me dá a vida, que amamenta, que banha minha existência de ternura.
Mulher que é mãe, filha, avó e professora.
Mulher que me conquista todos os dias, que me abraça e que não vai embora.
Mulher que é feminina, masculina, gay, que não é mulher ou que é mulher duas vezes.
Mulher amável, mesmo quando ingrata.
Mulher que não queremos perder jamais.

Em outubro, se toque.

#PinkOctober.